15/02/2017 18h38
São Paulo
Elaine Patricia Cruz - Repórter da Agência Brasil
A cotação do dólar encerrou o dia hoje (15) a R$ 3,06 em mais um
dia de desvalorização da moeda norte-americana, na menor cotação desde
18 de junho de 2015. Ontem (14), o dólar fechou em R$ 3,096.
Assim
como ontem, o Banco Central vendeu nesta quarta-feira mais 6 mil
contratos de swap cambial tradicional, operação que equivale à venda de
dólares no mercado futuro.Análise
Segundo
o diretor da área de futuros da Spinelli Corretora, Esthevão Sampaio, a
desvalorização do dólar nos últimos dias pode ser explicada por uma
“sincronia de situações”, entre elas a grande entrada da divisa no
Brasil.
“Muitos estão se aproveitando do fim de crise para trazer
dinheiro e poder fazer algum investimento ou aplicação em renda fixa,
que ainda é uma grande aposta porque os juros nesse patamar ainda dão um
bom retorno”, disse. A queda dos juros, de acordo com o analista,
também explica em parte o movimento de queda do dólar.
Há também,
segundo Sampaio, um otimismo com o contexto político e econômico no
país, embora as mudanças ainda não tenham ocorrido na prática. “O
governo hoje tem maioria no Congresso, tanto na Câmara dos Deputados
quanto no Senado Federal e então, para lutar pelas reformas, ele está
bem calçado. Isso traz otimismo, mesmo que na prática isso não esteja
vigorando ou sendo notório.”
A previsão do analista é que o dólar
continue em queda. “Existe um patamar psicológico. Os R$ 3 é
psicológico. Quando chegar ali, vamos ver o que vai acontecer. Mas, de
um modo geral, há um consenso no mercado de que ele vai furar os R$ 3.
Talvez até uns R$ 2,95 ou R$ 2,98.”
Para o economista Rogério
Storelli, gestor da GGR Investimentos, parte da desvalorização do dólar
pode ser explicada pela especulação. “O mercado está testando um
pouquinho para ver quando o Banco Central voltaria a comprar dólares”,
disse.
Outro fator para a desvalorização, segundo o economista, é
o otimismo do mercado com a possível reforma da Previdência, que já
começou a ser discutida na Câmara.
“Esses motivos, conjugados com
a calmaria do mercado internacional – e o Donald Trump ainda não
anunciou as medidas econômicas –, o corte de impostos e o plano de
infraestrutura têm contribuído para que investidores estrangeiros tenham
um pouco mais de apetite ao risco, trazendo recursos para o Brasil”,
disse Storelli.
Ao contrário do analista da Spinelli Corretora, o
economista não aposta na continuidade da queda do preço do dólar.
Segundo Storelli, não há fundamentos fiscais que sustentem a valorização
do real frente à moeda norte-americana.
Edição: Luana Lourenço
Fonte: Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário